O jato de plasma é um procedimento estético feito com uma caneta que emite o plasma através de um tipo de radiação luminosa, formado por uma corrente de alta tensão. O plasma é o quarto estado da matéria onde os elétrons se separam dos átomos, produzindo uma espécie de gás ionizado. Quando essa radiação entra em contato com outro gás ou com o próprio ar atmosférico, acontece o procedimento.
Alguns materiais isolantes (como o ar) podem ser ionizados quando submetidos a campos elétricos intensos, tornando-se condutores: é a chamada ruptura dielétrica (Lei de Paschen). Quando isso ocorre a corrente elétrica é capaz de passar pelo ar (arco elétrico ou arco voltaico). O jato de plasma emite uma corrente elétrica de alta tensão controlada que circula entre a ponteira aplicadora e a pele do paciente ionizando o ar ambiente e gerando assim o plasma.
A passagem do plasma produzido a partir das moléculas do ar atmosférico pelos tecidos promove a liberação de gazes como o ozônio e o óxido nítrico em quantidades seguras, sendo o suficiente para gerar ação bactericida, antimicrobiana e de
estímulo a cicatrização de feridas.
A aplicação do plasma se mostrou também uma ótima maneira de melhorar os efeitos terapêuticos de produtos aplicados topicamente. Isso ocorre porque o plasma “quebra” temporariamente as ligações entre as células do estrato córneo, aumentando a permeabilidade da pele e facilitando a absorção de princípios ativos).
Além disso, o uso do plasma induz a proliferação de células endoteliais, efeito que pode ser justificado por liberação de fatores de crescimento como FGF2. O discreto aumento de temperatura dos tecidos submetidos à aplicação de plasma (ponteira de contato) leva também a um efeito de estímulo à proliferação de queratinócitos, o que consequentemente auxilia na cicatrização de feridas e regeneração dos tecidos.
A ação da energia térmica se dá em duas regiões distintas: uma chamada de zona de dano térmico (ZDT) que se restringe a epiderme e onde as células são danificadas pelo calor; e a outra chamada de zona de modificação térmica (ZMT) que ocorre na derme, onde as células são modificadas termicamente mas não danificadas.
Na zona de modificação térmica ocorre intensa atividade fisiológica de regeneração da pele, pois a alta temperatura atingida na derme, embora mantenha as células viáveis, ocasiona desnaturação do colágeno, com consequente aumento na atividade dos fibroblastos resultando em neocolagênese e neoelastogênesea .
A radiação emitida pela caneta de jato de plasma causa uma espécie de lesão na pele que resulta no rejuvenescimento celular acelerado e no estímulo da formação de colágeno, que colabora para o tratamento de cicatrizes, estrias, linhas de expressão, rugas e acne.
Por isso, o procedimento de jato de plasma pode ser um tratamento eficiente para rugas, linhas de expressão, manchas senis e flacidez facial. O jato de plasma pode ser feito em regiões do rosto que têm rugas finas e linhas de expressão, com manchas do sol no colo e no pescoço.
Os efeitos fisiológicos do ozônio no corpo humano são:
Fulguração: Consiste na entrega direta à pele da energia térmica proveniente do plasma, produzindo um dano térmico controlado. Pode ser realizada através da técnica pontual ou de varredura, a escolha entre elas depende da indicação de tratamento.
Pontual: são realizados pontos de fulguração mantendo uma pequena distância entre eles. Esta técnica permite a distribuição dos pontos de fulguração em áreas de maior extensão e a pele sadia entre os pontos facilita a recuperação/ regeneração do tecido. Indicada para: flacidez de pálpebra (blefarolifting), rugas e linhas de expressão, flacidez do lóbulo da orelha e cicatrizes de acne.
Varredura: consiste em realizar a fulguração de maneira ininterrupta movimentando a ponteira sobre a área de tratamento. Esta técnica gera uma agressão maior ao tecido, portanto deve ser aplicada com cautela. A movimentação da ponteira deve respeitar sempre o mesmo distanciamento da pele e velocidade constante, para que haja maior uniformidade da aplicação. É indicada para lesões bem localizadas, como na remoção de ceratoses, papilomas, xantelasmas, seringomas, miliuns, remoção de pigmentos exógenos (micropigmentações e tatuagens), hiperpigmentações não melanogênicas (efélides e melanoses).
Consiste na aplicação em contato direto com a pele, deslizando com leve pressão a ponteira de maior diâmetro (ponteira esférica), excluindo a possibilidade de efeitos adversos provenientes de lesão térmica.
Provoca apenas um discreto aumento de temperatura do tecido (porém não há aquecimento e uma hiperemia importante) com consequente estímulo à proliferação de células endoteliais, liberação de fatores de crescimento, proliferação de queratinócitos, aumento da permeabilidade da pele, liberação de ozônio e óxido nítrico, tendo ação bactericida e de melhora da
microcirculação.
É indicada para acne ativa, rejuvenescimento, estrias, para aumentar a permeação de princípios ativos e pode ser usada também como uma técnica para preparar a pele para uma futura aplicação da técnica de fulguração.
Sugerimos de 2 a 3 sessões de plasmaporação antes da fulguração para ter resultados superiores e menores riscos de intercorrência.
Antes da aplicação da técnica de fulguração não é indicado realizar procedimentos que removam parcialmente a camada córnea ou sensibilizem a área de tratamento, pois isso expõe a pele a uma maior lesão e o risco de complicações aumenta.
O indicado é que sejam realizados procedimentos que promovam uma reposição de água e hidratação do tecido (plasmaporação, fotobiomodulação etc), semanas antes do procedimento de fulguração para que fortaleça a pele a fim de prevenir complicações e ter um melhor processo de cicatrização.
Para a técnica de fulguração sugerimos o uso de anestésico tópico da sua preferência.
Para os profissionais que seu conselho de classe permite, podem fazer também o uso do anestésico injetável.
O uso da água bidestilada ozonizada tem sido demonstrado como altamente interessante na odontologia, principalmente no tratamento de canais dentários e de afecções da gengiva. Á água ozonizada bidestilada é também utilizada no tratamento de queimaduras. O azeite ozonizado tem sido aplicado no tratamento tópico de úlceras, feridas, escaras e dermatites, com bons resultados. Usam-se principalmente o azeite de oliva e o óleo de sementes de girassol. É segura a inalação de azeite ozonizado (e não da mistura gasosa oxigênio-ozônio), pois as triozonides de trioleína presentes na sua composição, exercem efeito anti-inflamatório e mucolítico, muito útil em processos infecciosos de vias aéreas superiores.
Para evitar intercorrências e complicações, é muito importante que haja alguns cuidados para garantir uma boa recuperação da pele:
O resultado inicialmente é em 3 semanas e em três meses, neste período o procedimento atinge o seu pico de ação. Além disso, ele pode ser repetido até três vezes, sendo uma por mês, a depender de cada caso e da avaliação do profissional responsável.
Os efeitos colaterais, quando acontecem, são geralmente leves e temporários. Os mais comuns incluem vermelhidão, inchaço e formação de crostas na área tratada, que desaparecem dentro de alguns dias. É fundamental seguir as orientações pós-tratamento fornecidas pelo profissional para minimizar esses efeitos e garantir uma recuperação suave.
O tratamento com jato de plasma é bastante promissor, haverá diminuição da flacidez cutânea e das rítides na região, decorrentes provavelmente da retração da pele ocasionada pelo trauma tecidual. Para ter uma solução eficaz para o tratamento de flacidez e rugas na região tratada, sugere-se que sejam feitas mais sessões de jato de plasma para um resultado mais eficiente e satisfatório.